segunda-feira, 4 de maio de 2015

Fronhas

Antigamente as meninas casadoiras faziam o seu enxoval de casamento. Eu fiz algumas coisas, outras foram feitas pela minha mãe, umas foram oferecidas pelas tias velhinhas e poucas foram compradas.
E o que é que as moças faziam naquele tempo? Colchas de quadrados de croché… lindas, mas pesadíssimas! Hoje as jovens nem as apreciam e quem as tem, guarda-as a maior parte do ano... no fundo do baú. A minha mantém-se incompleta… falta-lhe a franja! Quando a uso, raramente, entalo-a, fica bem… mas morrerá assim: sem franjas!!!
Bonita, isto é, lindíssima, é esta que a minha mãe fez em tricô, aos triângulos unidos em quadrado, formando quatro pétalas no bico da união. Ofereci-a à minha filha mais velha quando se casou.
Mas não fazíamos só colchas! 
Fazíamos toalhas e guardanapos, que depois bordávamos. Também bordávamos lençóis e pregávamos-lhes entremeios e barras feitos de croché com linhas muito fininhas.
Bordávamos paninhos de tabuleiro, enfim, tudo isto era moda naquele tempo.
Quando me casei levei alguns lençóis com rendas de croché e as fronhas, ou tinham também uma rendinha igual, ou eram lisas. Falo de lençóis brancos, 100% algodão ou linho fino. Algumas fronhas envelheceram mais depressa do que os lençóis, por isso, de vez em quando tenho de as substituir.
Foi a tarefa da manhã deste dia que amanheceu entre raios e trovões, passando a chuva e ventania. Parece que agora amainou… mas não apetece sair de casa.
De manhã a minha ajudante fez as suas tarefas… enquanto eu fiz as minhas: 4 fronhas. Duas, em envelope, levaram uma renda que eu comprei a metro, há alguns anos, numa retrosaria em Famalicão. Parece mesmo feita à mão.
As outras duas fronhas, tipo saca, com atilhos de nastro, e um bordado inglês estreito que havia por aqui. Como eu não tinha nastro… improvisei as fitas com uma tira da ourela do pano que utilizei.

E assim vou conservando o meu enxoval, onde a roupa da cama é branca e não pode ter fibras… faça frio ou faça calor... seja moderna ou seja antiquada!!! Se for antiga... melhor!
Não sou de me cansar das coisas e quando as uso todos os dias, vem-me à memória um ou outro episódio do passado e até parece que sinto a presença das pessoas que já desapareceram desta vida e me deixaram tão rico e tão simples legado.
UM ABRAÇO

15 comentários:

  1. Que lindas suas fronhas, fronhas são minha paixão. Também gosto de roupas de cama branca. Lembro de minha irmã fazendo seu enxoval e hoje quem faz é minha filha me encanto com esse momento da vida, cheio de planos e alegrias.
    Bjos tenha um ótimo dia.

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  2. Fiz 3 colchas . Duas acabei e andam a uso, pois adoro-as.
    Outra ficou sem a franja e tenho-a guardada.
    Os lençóis usei pouco, pois a lavadeira em Luanda estragava as rendas.Acabei por comprar outros mais modernos, sempre em algodão.

    Adorei as fronhas que fizeste.

    As fotos estão belíssimas.

    Beijinhos.

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  3. Eu tive a sorte de ter uma tia que me fez uma arca inteira de enxoval, com toalhas, naperons, colchas, lençóis, guardanapos,... tudo bordado à mão ou em croché com linhas super finas, a juntar às coisas que a minha mãe também fazia para mim que era a única menina lá de casa, isto para dizer que foi a minha filha quem estreou a maior parte dos lençóis (que são pequenos para a minha cama) e a cama dela está coberta com uma colcha feita em quadrados de croché em tons de branco e rosa, que fica lindamente no quarto dela e eu adoro por ser diferente do que habitualmente se vê hoje em dia. Na festa de aniversário da minha filha também faço questão de usar as toalhas feitas à mão, sou apaixonada pelo meu enxoval :-) um dia destes vou publicar no meu blog o que decidi fazer com um conjunto de naperons dos quais gosto muito mas que raramente uso e não quero que eles estejam fechados na dita arca, mi aguardem.... :-) Bjs

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  4. Teresinha faz bem à memória e à alma!
    Ainda hoje andei a mexer nas rendas da mãe e a pensar onde as posso utilizar e a ideia de fronhas...agradou-me!
    Esse esquema em crochet usava-se bastante e também os há por aqui!
    Um bj saudoso!

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  5. É verdade Teresinha, esses lençois e fronhas branquíssimas
    eram lindas, eu ainda tenho alguns, mas os lençois são
    pequenos, as camas agora são maiores, pena, lindas as suas
    preciosidades, beijo amiga

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  6. Olá Teresinha!
    De volta ao blogue, vim fazer-lhe uma visita e gostei muito de ler o seu texto. Porque também sou do tempo em que as raparigas faziam os seus enxovais, eu bordei 24 camas de roupa e fiz 2 colchas em croché que pesavam 5 kilos e que eu me orgulhava muito, de as ter feito. Hoje, estão no fundo do baú, é bom recordar os bons tempos passados.
    Boa semana.
    Beijinhos
    Linda

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  7. Estas peças são lindíssimas mesmo. Herdei alguns lençóis bordados que foram da minha mãe e estou passando-os a algumas sobrinhas uma vez que não tive filhos. São brancos como os seus mas, tenho profundo desânimo quando penso em usa-los sabendo que depois terei que cuidar da lavagem e passa-los a ferro. Também tive colchas de crochê...uma já virou presente para sobrinha e a outra está a espera de quem a queira, também não as uso.
    Linda esta renda!
    Um abraço!
    Egléa

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  8. Teresinha
    Que bonitas ficaram as suas fronhas....A rendinha de facto parece feita à mão e eu gosto bem dela.
    Fui ver a colcha feita pela sua Mãe e adorei! Que perfeição de trabalho. bem pode orgulhar-se de tão prendada que era. Aliás nota-se bem o Amor que lhe tem e que celebra frequentemente!
    Beijo grande
    maria

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  9. Olá Teresinha,

    este seu post está muito lindo, cheio de memórias ricas e de preciosas peças, verdadeiras relíquias hoje em dia.
    Eu também fui uma menina prendada:)) mas não fiz colchas nem lençóis, hehe. Fiz naperons, muitos naperons que a maior parte deles está guardado em gavetas. Era costume fazer 6 naperons do mesmo conjunto para a cozinha pois era um para a mesa, 1 para a geleira, dois para a bancada, 1 para o fogão e 1 para a máquina de lavar e mais se a cozinha fosse maior. Hoje em dia as cozinhas são minúsculas e já nem se usam esses naperons. Eu coloco um numa bancada pequena onde coloco uma fruteira por cima.
    Hoje em dia as raparigas já nem se preocupam com o enxoval, esperam as ofertas no dia do casamento, fazem a lista e já está. Elas é que têm juízo pois assim só têm o que realmente faz falta.

    Beijinhos e boa semana
    São

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  10. olá amiga, eu tambem tenho algumas coisas que fiz e outras que herdei das minhas tias e da minha avó a minha avó fez 4 colchas de renda pregadas porque dizia ela se cansava de pregar tiras, quanto à minha tirei-lhe a franja porque como tu dizes não dá geito e pesa imenso um abraço e parabens pela coisas lindas e recordações que nos trazes Margarida

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  11. Olá Teresinha! Adorei a sua crônica a respeito dos enxovais, tem coisas que não podemos esquecer.
    Quanto aquela renda, parece artesanal mesmo! e um primor! BJO!

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  12. Era mesmo assim Teresinha, no "meu tempo" também se faziam os enxovais, ainda bordei um jogo de lençois com ponto grilhão (já não o seu fazer) só há dois ou três anos os deitei fora , e tenho uma fronha que foi feita para a noite de núpcias de uma irmã da minha avó. Essa renda realmente está tão bonita que parece feita à mão.
    Beijinhos boa semana

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  13. Olá amiga, tanta coisa linda. Também tenho alguns trabalhos desses inacabados. Acho que assim ficarão. beijinhos com saudade, cris

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  14. Teresinha, gostei muito das fronhas com o bordado, pois, nesse aspeto sou muito tradicionalista - não há nada que chegue a uma cama imaculadamente branca, vestida de fibras naturais!
    Curioso é que tenho duas colchas bem parecidas com essa, em tricô, que mostraste. As duas oferecidas por uma velha empregada doméstica de casa dos meus sogros, perita na arte, que fazia questão de assim homenagear as meninas casadoiras.
    Um beijinho! Tem uma boa noite.

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  15. Li seu artigo sobre as fronhas e vi a colcha branca feita por sua mãe. Que maravilha! Um abraço de São Paulo, Brasil.

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