Quando eu estive a última vez em São Miguel
encontrei, no fundo dum baú, uns panos muito velhinhos
bordados a ponto de cruz.
Lembro-me tão bem deles no aparador e no louceiro
do quarto de jantar.
Mas estavam agora tão velhinhos, guardados pela minha mãe,
se calhar com a intenção de alguém os reproduzir.
Tenho a certeza de que lhe fiz a vontade!
Mas estavam agora tão velhinhos, guardados pela minha mãe,
se calhar com a intenção de alguém os reproduzir.
Tenho a certeza de que lhe fiz a vontade!
Aqui estão as linhas que usei agora neste bordado
e ficarei, assim, com duas memórias ao usar o pano na bandeja
do meu pequeno-almoço.
Fiz alterações: o ramo era grande para bordar dois,
por isso só fiz um e inventei outro mais pequeno.
Para não ficar com muito espaço em branco,
resolvi fazer estas riscas castanhas.
Os cantos são retangulares, porque o quadrilé assim o exigiu.
Em tecido que não desfia, faço os cantos em diagonal,
como manda a lei!
Gosto de recordar a minha infância feliz
e com este pano, tão simples,
lembrar-me-ei sempre da minha casa de Ponta Delgada
e dos tempos felizes em que éramos seis à mesa!
Agora a casa tem outra disposição e novos residentes,
mas, curiosamente, continuam a ser seis à mesa.
Dos anteriores só um se mantém: o meu irmão.
Os outros cinco são a minha filha mais nova e a família.
A partir de manhã seremos oito... durante quinze dias!
E é assim que vou saltitando de casa em casa...
se quiser estar com os que escolheram outros lugares para viver!
UM ABRAÇO!